Extinção de espécies ameaçadas pode ser reduzida pela preservação de apenas 1,2% da Terra – Por: O Globo
Um estudo divulgado recentemente na revista científica Frontiers in Science concluiu que a conservação de uma área equivalente a 1,2% da superfície terrestre seria suficiente para salvar milhares de plantas e animais ameaçados de extinção.
A pesquisa contou com a colaboração de 24 cientistas de diversos países. O estudo explora o conceito de “Imperativos de Conservação”, que se refere a locais estratégicos devido à presença significativa de animais em risco. Com base no mapeamento dessas áreas, os pesquisadores destacaram a importância de estabelecer zonas de preservação ambiental que incluam o habitat desses animais.
A metodologia empregada para identificar essa necessidade foi verificada por meio de um estudo demonstrativo, no qual os cientistas observaram que apenas 7% das novas áreas de preservação, desenvolvidas entre 2018 e 2023, incluíam habitats de espécies ameaçadas.
De acordo com o The Guardian, a equipe de pesquisa utilizou uma amostragem que abrangeu desde a Argentina até Papua-Nova Guiné, identificando 16.825 locais que deveriam ser priorizados para conservação nos próximos cinco anos para evitar a extinção iminente de plantas e animais endêmicos.
“A maioria das espécies na Terra são raras, o que significa que possuem áreas de distribuição muito limitadas, ocorrem em densidades muito baixas, ou ambas. É quase como se os países usassem um algoritmo de seleção inversa e escolhessem locais não raros para incluir nas áreas globais de proteção. O objetivo deste estudo é destacar que precisamos fazer um trabalho muito melhor nos próximos cinco anos, e isso é possível”, disse Eric Dinerstein, da organização ambiental Resolve e principal autor do estudo, ao The Guardian.
Embora se concentre em como evitar a extinção iminente de espécies, o estudo não pretende resolver todos os aspectos necessários para restaurar o equilíbrio natural da Terra. Conforme relatado na pesquisa, além de expandir as áreas protegidas, é crucial impedir a destruição da biodiversidade.